segunda-feira, 13 de maio de 2013

Bottarga

Ladies and gentlemen...

Já escrevi por aqui sobre meu vício em pão de queijo. Agora é a vez do meu prato favorito: spaghetti com bottarga, que acabo de descobrir pela wikipédia ter o nome "butarga" em português. Não é um prato muito comum por essas bandas, pois acredito que o ingrediente principal não seja dos mais fáceis de encontrar. Isso porque atum não dá no Lago Paranoá e adjacências, o que dificulta a obtenção das ovas do bicho pelas redondezas. Isso é a butarga: uma ova de peixe curtida e defumada, envolvida em uma cera (não comestível - serve só como proteção) com uma aparência que lembra aquelas linguiças penduradas em supermercados. No Brasil, ela é geralmente feita de atum. Na Itália, tainha e espadarte também figuram como peixes fornecedores. A de tainha é considerada a melhor pelos puristas; a "verdadeira bottarga!". Nem sei se já comi dessa ou se eu seria um degustador refinado a ponto de notar alguma diferença brutal. Mas seja lá do que for, gostei de todas as que foram comidas até agora. A butarga tem um sabor salgado, levemente azedo (acho que colocam limão em alguns casos) e é servida de várias formas. Pode vir em fatias finas acompanhando torradas ou ralada sobre alguma massa - minha opção favorita. Nesse caso, ela se assemelha a um de um pó alaranjado e escuro, grudado no spaghetti com azeite. É o que basta.

spaghetti com bottarga
Spaghetti, azeite, butarga e alguma erva picada...

O ingrediente me parece tão "pouco comum" que nunca chegava a perguntar se algum restaurante italiano servia isso. E quando eu estava animado e perguntava, ninguém sabia o que era. Aí um dia eu achei. Foi em um restaurante chamado Trattoria Mediterrâneo, na 408 norte, meio escondido ao lado da Escola Canarinho. A massa é feita in loco e o cardápio apresenta uma bela variedade de opções, suscetíveis de agradar aos mais diversos paladares. Além da butarga, nunca deixo de pedir o tiramisù que, além de ser uma das minhas sobremesas favoritas, é muito bem feito no estabelecimento.

opcoes de massa
Massa feita em casa. Você escolhe a opção.

bruschetta de presunto de parma com grana padano
Para começar: bruschetta de presunto de parma com grana padano 

 talharim com molho de bacon
O outro prato foi um talharim com molho de alguma coisa que incluía bacon. Não provei mas me disseram que estava bom.

Posteriormente, ouvi dizer que dois outros restaurantes da cidade também servem esse prato, o Bottarga (com esse nome, se não servir, é propaganda enganosa e o local entrará para a minha lista negra) e a Trattoria da Rosário. Ainda não conferi em nenhum dos dois.
Por RFM-Pimenta

sábado, 27 de abril de 2013

Explorando a Orla do Lago - gazebo

Sábado desses uma amiga resolveu comemorar a visita de sua querida avó, aqui em Brasília, em um belo restaurante. Fomos rodar pela orla do Lago e terminamos por nos aconchegar no restaurante Gazebo, que fica no Setor de Clubes Sul, ao lado da ponte JK.


Não foi uma busca tão aleatória. Era uma noite para ser celebrada em um restaurante especial. Porém, nós não sabíamos do que realmente se travava ao chegarmos lá. Logo na entrada, percebi um ambiente extremamente agradável. Fomos bem recebidos e, de pronto, acomodados ao lado do bar, enquanto aguardávamos uma mesa para seis pessoas.
É um lugar ótimo para um jantar romântico...
À mesa, cardápio na mão, percebi se tratar de um restaurante de cozinha predominantemente francesa, com alguns toques nacionais, eles mesmos classificam a sua cozinha como franco-contemporânea.

Atendimento perfeito.
Ambiente romântico e aconchegante.
Ótima carta de vinhos, para todos os bolsos.

Agora vamos ao que interessa...
A minha sequência foi a seguinte:


De entrada: Carpaccio de filet do boeuf et mini salada à la sauce moustarde
Um "carpaccio" bem tradicional, simples mas de qualidade. O tempero de mostarda é bem suave e o filé muitíssimo fresco. Entradinha bem leve, perfeita para esperar o prato principal.

Principal: Spaguetti aux fruits de mer
Francês, que linguinha intrigante! =)
O cardápio é muito variado. Certamente satisfaz dos mais sofisticados aos mais carnívoros!
Mas, não resisti à simplicidade da descrição deste prato: espaguete aos frutos do mar. Simplesmente...
E vou lhes dizer, foi uma surpresa muito boa. Um prato muito bem servido, com espaguete fresquinho ao molho vermelho, alguns camarões GG e uma boa seleção de mariscos! O que mais chamou a atenção do meu paladar? As texturas do espaguete e dos incontáveis anéis de lula se misturando na minha boca. Em alguns momentos dava pra se perder e não saber o que era massa e o que era molusco... O molho estava uma delícia, com seus leves toques de tomate e azeite, lembra o da mamãe. Os demais mariscos estavam lá para aumentar o nível da degustação, sentir as misturas de sabor um a um, camarões, mexilhões, remetiam a uma paeja com sapore italiano...
Segue a foto do "spaguetti"

Isso mesmo! Desculpa, estava uma delícia!
Lá no fundo? Sim, é uma Therezópolis!

Aqui um adendo. Meninas em forma ("girl power"!), pediram uma salada como prato principal. Elas escolheram Salade de roquette e cresson, figues et janbon de parme, copeaux de parmesan e balsamique. Não pararam de elogiar a boa mistura de sabores do queijo, presunto de parma, figos e o molho delicioso. Por que não conseguimos fazer isso em casa???

Sobremesa: Crème brûlée à la vanille
Um "brûlée" bem suave de baunilha com aquela casquinha crocante em cima. Achei uma delícia!
Agora estou intrigado com o "crème brûlée à la fruit de la passion". Maracujá deve fazer uma combinação interessante, vou experimentar na minha próxima visita! ;)

Voilà

PS. eles tem serviço de manobrista próprio, incluído no serviço do restaurante. Quando fui, usei o manobrista do Av. Paulista. Paguei sem necessidade.

Por hoje é só pessoal!

Por Daniel Macedo

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Big X-Picanha

Não adianta. Sempre que como um hambúrguer e aprovo, penso imediatamente nesta cena..

pulp fiction jules eating the tasty burger

E o tasty burger da vez - há vários em Brasília - foi descoberto por mim por acaso. Tive aula à noite e, tendo comido bem pouco antes dessa, saí com uma fome ogra. Meu estômago demandava algo mais forte e gordurento. Resumindo: eu estava carente de sustânça. Precisava dela. E rápido.

Parti imediatamente em direção ao Burger King, salivando ao imaginar aquele whooper, acompanhado de anéis de cebola torradinhos. Cheguei e, assim que parei o carro, uma cruel funcionária trancou a porta indicando o final do expediente. Fez isso na minha cara. Eu teria que procurar hambúrgueres em outro lugar. No caminho para o Burguer King, porém, eu passei por 3 outras hamburguerias! Ao menos uma haveria de estar aberta. Escolhi a que eu não conhecia: uma tal de BIG X- PICANHA. Confesso que fiquei meio receoso; o letreiro não me chamou a atenção. O nome do local menos ainda. Mas arrisquei. E não me arrependi - ou o lugar nem estaria aparecendo nesse blog!

big x picanha hamburgueria em brasilia
Dose dupla, acima do letreiro luminoso.

Obviamente, não tem só picanha por lá. Há uma grande variedade no cardápio. Optei por um "double fraldinha" - 2 hambúrgueres de fraldinha, 2 queijos + cebolas douradas. Pelo horário, pedi para levar pra casa. Aí o lugar já ganhou um ponto a mais no meu conceito de "eu vou voltar!" Não somente o sanduíche deles é bem montado como também é cuidadosamente embalado em um papel alumínio para não perder o calor. Em seguida, é colocado em uma caixa e na tradicional sacola de papelão. Tudo bem feito! Voltei pra casa, comi e... THAT WAS A TASTY BURGER!!!!!

sanduiche de mucarela e provolone
Meio quilo de queijo.

Na segunda vez, resolvi apelar para a brutalidade e pedir um sanduíche que talvez caísse menos no meu agrado: não gosto de carne picada - prefiro hambúrguer mesmo - e muito menos de provolone. Mas pedi o de filé mignon fatiado com muçarela, provolone e palmito (ingrediente inusitado, né?). Como podem ver na foto, eles não economizam no recheio. Para quem gosta, há toda uma avalanche de puro queijo aguardando o momento de ser degustada. Pelas razões que já mencionei, gostei mais do hambúrguer de fraldinha.

sanduiche de queijo
Filé mignom grudado em um queijo bem derretido.

big x picanha interior design
Aparência do local. Ambiente limpo e bem cuidado.
Após ter ido pela primeira vez, descobri que o tal Big X-Picanha é parte de uma franquia paulista, com lojas em diversas cidades Brasil afora. Ótima opção em Brasília. E já tem mais hambúrguer no meu wishlist para ser comido!

Por RFM-Pimenta

terça-feira, 2 de abril de 2013

Queijo coalho na massa!

Umas das melhores surpresas que alguém pode ter é chegar tarde à casa após um dia cheio no trabalho e dar-se conta de que não há nem um mísero rastro de resto de miojo para comer. Aconteceu hoje. Por vezes, tal situação é agravada quando o ser humano - e eu ainda me enquadro na categoria -  é tomado por uma súbita preguiça de ir a um mercado ou uma padaria. Nesse momento, elas vêm à tona: as "comidinhas". Denominação carinhosa que eu dou a tudo que é bem elaborado demais para ser qualificado de junk food mas suficientemente informal para não estar enquadrado em um "jantar". Acho que dá para entender meu ponto de vista... Lá fui eu rumo a uma tapiocaria, na 216 Sul... 

tapiocaria raizes do sertao asa_sul_brasilia
Local simples, sem pompa e boa comida. Aposto que o Papa iria gostar de papar ali.

Com o enraizado nome de "Raízes do Sertão", o estabelecimento possui ambiente bem simples e despretensioso e é um ótimo lugar para comer uma bela tapioca. O cardápio tem uma lista extensa de sabores, incluindo alguns bem diferentes, como o que eu escolhi. Porém, minha opção no cardápio teria sido totalmente diferente se eu não tivesse vencido minha cisma com o tal "queijo coalho na massa". Isso porque até provar a variante com queijo eu tinha um preconceito . Imaginava que era muito mais interessante tê-lo inteiro no recheio. Ledo engano. Ralado na massa fica uma delícia. 

Minha pedida de hoje consistiu em uma tapioca com a massa "batizada", recheada com carne de sol desfiada e banana frita - fruta que, na minha opinião, vai bem com tudo. O conjunto foi devidamente regado encharcado  de manteiga de garrafa, o azeite da tapioca, antes de ser saboreado... Ótima "comidinha" para suprir a falta de miojo.

Por RFM-Pimenta

sábado, 30 de março de 2013

Explorando o Pistão Sul - pontão do pistão sul

Outro dia saí com amigos na caça de um bom boteco pelas redondezas do Pistão Sul (Taguatinga). Tivemos uma surpresa maravilhosa ao encontrarmos o barzinho Pontão do Pistão Sul, localizado bem na entrada sul do Pistão, ao lado (como um anexo) do primeiro posto de gasolina (Petrobrás), antes da Católica, chegando pela EPNB.


É um balcão, simples, mas aconchegante. Toca uma música animada (quem quiser pode dançar e pedir sugestões para o "cara-do-balcão-dj") enquanto passa a novela (que está imperdível) em uma das TVs instaladas no local. Pedimos logo uma cerveja (Antartica Original) que foi servida bem galadinha... E as seguintes vieram todas no mesmo grau! :)

O cardápio oferece pratos variados, caldos e espetinhos, mas o carro chefe da casa certamente é o churrasquinho. Para acompanhar a Original, um espetinho de carne e outro de provolone. A carne foi servida ao ponto pra mal (o meu ponto preferido), com um leve sangramento no centro. É claro que isso pode ser ajustado na hora de pedir. Provolone daquele jeito, casquinha por fora, chicletinho por dentro, como tem que ser tudo que é quente e leva queijo :) .

Tudo ótimo mas, até agora, nenhuma grande surpresa. Então, vou falar sobre o que me encantou. Obviamente sentamos num lugar estratégico (ao lado da churrasqueira, meu lugar preferido, que, diga-se de passagem, não faz fumaça, pois o exaustor foi devidamente instalado). Pedi uma sugestão para "a churrasqueira" (não a fornalha, a moça que trabalha fazendo os churrasquinhos) e ela me sugeriu o "cupim". Como recusar?!!! O atendente foi, então, buscar as carnes resfriadas, fez questão de mostrá-las ainda cruas e perguntar se estavam do meu gosto. Sim, eram cortes muitos bons, quase sem nervuras e com bastantes filetes de gordura fina entranhadas (alguns cupins podem ter muitas nervuras, o que deixa a carne dura; ou pouca gordura entranhada, o que deixa o cupim ressecado, parecendo um lagarto). O mesmo atendente sugeriu também, como acompanhamento, mandioca cozida. Já que "quem está na chuva é pra se molhar" resolvi aceitar. Em pouco tempo estava tudo pronto.

cerveja gelada no pontao do pistao sul
foto obtida no foursquare

Tudo uma delícia! Mandioca cozida derretendo, praticamente um purê! Muito bem servida, me fez lembrar do pratão de mandioca servido na Carne de Sol do Noca - Olinda/PE. E o cupim? "Só o ouro!" O ponto estava perfeito, saiu borbulhando da churrasqueira, macio, não preciso dizer mais nada... (só que a farofa também estava uma delícia e que comi tudo antes de tirar uma foto)

pontao do pistao sul taguatinga


Quem tiver oportunidade, passa lá. Eu (re)COMENDO!
Por Daniel Macedo

sexta-feira, 29 de março de 2013

Pão de queijo

"Ué, Raphael... Você é mineiro?" É o que todos me perguntam quando digo ser um entusiasta do pão de queijo. Não, não sou diretamente mineiro. A mãe do meu pai era mineira, o que faz de mim, no máximo, 1/4 mineiro - dá pra ter o passaporte, ao menos. Por gostar muito da iguaria, sou exigente quanto ao seu sabor, textura e modo de apreciação. O pão de queijo não pode ser massudo (lembrando uma borracha Faber-Castell, daquelas com plástico verde em volta) e de forma alguma ressecado. Quando um pão de queijo me aparece ressecado, eu tenho a certeza de que fiz algo que não agradou Papai-do-Céu...

Como é então o pão de queijo digno do nome? O pão de queijo no qual todos os outros deveriam se inspirar? A Madre Teresa daquelas bolotas amareladas?

Antes de mais nada, nesse caso tamanho É documento e o pão de queijo deve ser grande e imponente - daqueles que você olha e vê que ficará satisfeito. A parte de fora deve ser crocante, mas não a ponto de a crosta arranhar o céu da boca. O interior (parte importantíssima), deve ser grudento, um pouco salgado (tipo manteiga), levemente úmido/oleoso e mais quente que a parte externa. Apesar de ser delicioso sem "complementos", a adição de alguma geleia de frutas vermelhas dá um resultado interessante... Eu pessoalmente não gosto de comer com outros tipos de geleia e nem mesmo alguns queijos que costumam ser recheios populares.

pao de queijo macio
O grude do bem.

Onde encontrar esse nobre pão de queijo em apreço? Ele está em um lugar um tanto inesperado. Nenhum café famoso, nenhuma lanchonete da moda... O melhor pão de queijo que comi na vida, originário de Goiânia, é vendido na BANCA DE JORNAL do MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Esse preenche todos os meus requisitos. Inclusive já comi um no dia seguinte sem que ele perdesse a qualidade. Dizem que o segredo é o forno usado por lá. Mas eu gosto de acreditar que, lá em Goiânia, ele é feito carinhosamente por alguma vovó, seguindo uma receita milagrosa, guardada a sete chaves, que passou de geração em geração. Faz dele ainda mais gostoso...

banca de jornal do ministerio da justiça
O forno, o resultado, o local

Por RFM-Pimenta